Itupeva, terra de oportunidades: uma história de empreendedorismo que inspira
Na estreia da série especial sobre o empreendedorismo em Itupeva, conheça a jornada de um empresário local que superou desafios, uniu fé e inovação, e contribui para transformar a economia da cidade.
Você já parou para pensar na energia que move a economia de Itupeva? Por trás das lojas que você visita, dos serviços que utiliza e das empresas que geram empregos, existe um universo enorme de pessoas que decidiram transformar ideias em realidade. Itupeva pulsa com o espírito empreendedor.
Atualmente, a cidade conta com 10.384 empresas ativas, segundo dados disponibilizados pelo Governo Federal via plataforma Mapa de Empresas. Foram 191 novos negócios abertos apenas em maio de 2025, o que deu ainda mais fôlego para a economia local.
A força motriz desse cenário são, sem dúvida, as microempresas e os Microempreendedores Individuais (MEIs), que somam 8.614 negócios em Itupeva. Já as empresas de pequeno porte totalizam 754, enquanto as de outros portes chegam a 1.016 — números que evidenciam a diversidade e a base sólida do nosso tecido empresarial.
O coração comercial da cidade, o centro de Itupeva, abriga uma parte significativa desse movimento, com 682 empresas estabelecidas na região, de acordo com a plataforma EmpresAqui, confirmando a vitalidade do comércio e dos serviços locais.
Essa matéria é a primeira de uma série de reportagens da Folha de Itupeva, dedicada ao vibrante cenário empreendedor da nossa cidade.
A cada semana, vamos mergulhar na jornada de empresários locais que, com coragem e criatividade, constroem seus sonhos e contribuem para o desenvolvimento de Itupeva. Histórias reais de quem movimenta a economia local e enfrenta os desafios de empreender.
Uma dessas histórias é a de Douglas Madureira, cuja trajetória se destaca como um exemplo inspirador. Conversamos com ele, que trilhou um caminho marcante com seu negócio, o Santo Traço, Design para Varejo, e mais recentemente com a New Óticas.
Antes de empreender, no entanto, ele seguiu um caminho comum a muitos profissionais, até que a inquietação falou mais alto.

Do estágio à inquietude: o início da trajetória
Assim como muitos profissionais, Douglas iniciou sua carreira no mercado tradicional, crescendo de estagiário a designer júnior, ganhando experiência e segurança. Mas uma inquietude o movia: o desejo de ter um impacto maior com seu trabalho e buscar voos mais altos. Ele percebeu, trabalhando em uma empresa que atendia grandes marcas, que o varejo de pequeno e médio porte também precisava de soluções estratégicas de design, mas não tinha acesso a serviços especializados. Foi assim que a ideia do Santo Traço começou a tomar forma: uma estrutura acessível e personalizada para esse público.
O motor principal para transformar essa ideia em realidade foi um desejo profundo: oferecer uma vida melhor para sua família. Com uma filha pequena e o segundo filho recém-nascido, a motivação de pai se uniu ao senso de responsabilidade, dando-lhe a coragem de empreender.
Os primeiros obstáculos e a realidade do mercado
Todo começo tem seus desafios. Para Douglas e seu sócio, Daniel Bueno, o maior foi a transição de designer para empreendedor, assumindo múltiplas funções – vendas, financeiro, gestão, marketing, atendimento, e muitas outras. O aprendizado foi na prática, e a principal dificuldade era encontrar canais para mostrar o trabalho e atrair os primeiros clientes, ele comenta.
Madureira observa que o cenário brasileiro de "crises econômicas quase constantes" moldou sua visão. Ele enxergou que, nesse contexto, os lojistas precisam ser mais eficientes e atrativos. Seu trabalho, então, se tornou essencial: ajudar lojas a venderem mais através de um design que cria ambientes convidativos e que geram conexão emocional com o cliente. “Em tempos difíceis, uma loja bem planejada faz toda a diferença”, ele ressalta.

A pandemia e a resiliência em destaque
Momentos críticos surgiram, mas a pandemia foi o maior desafio. Com o fechamento obrigatório do comércio, o investimento em design foi cortado, e cerca de 90% dos contratos do Santo Traço foram interrompidos abruptamente. Mesmo para uma empresa estruturada, a queda no faturamento foi um golpe duro. No entanto, desistir nunca foi uma opção para Douglas. Sua família – com três filhos na época, a caçula com pouco mais de um ano – sempre foi seu pilar e fonte de força. Além disso, uma profunda convicção em sua fé e um propósito claro foram pilares que lhes deram segurança para se manterem firmes e seguirem em frente.
Lidar com as incertezas e riscos do empreendedorismo é parte da jornada. Douglas e seu sócio vivem pelo lema: “Nada resiste à fé e ao trabalho dedicado.” Eles focam em dar o melhor todos os dias, seguindo em frente com determinação. A principal lição aprendida foi a importância da reinvenção e da maleabilidade. “Nada é fixo, nada é estático – tudo está em constante evolução”, ele diz. Adaptar-se à realidade é a chave para a sobrevivência e crescimento de um negócio.
O reconhecimento e a expansão em Itupeva
O marco da relevância veio com o convite para uma entrevista em uma revista importante do setor. Mais tarde, os convites para palestrar reforçaram a sensação de que estavam no caminho certo. O crescimento do Santo Traço, que hoje atende clientes em todo o Brasil e até fora do país, se baseia em duas frentes: a atenção às necessidades dos clientes (inclusive as não expressas) para inovar no portfólio, e o olhar contínuo para processos internos, otimizando a eficiência e a qualidade.
Recentemente, Douglas Madureira e sua esposa assumiram um novo empreendimento em Itupeva: a New Óticas. O objetivo é oferecer uma experiência de atendimento ótico mais acolhedor e humanizado, aplicando o conhecimento em design estratégico para criar um ambiente que realmente faça a diferença no dia a dia das pessoas. A New Óticas já está gerando empregos e trazendo inovações para a população local, com a expectativa de impacto crescente.
Para Douglas, o empreendedorismo é a maior força propulsora de uma nação, e isso não é diferente em Itupeva. É através dos negócios que empregos são criados, a economia se movimenta e o desenvolvimento acontece. Ele vê o empreender como um compromisso com a comunidade.
O legado: não adie o começo
Para quem sonha em empreender em Itupeva, mas hesita pelo medo, Madureira deixa uma mensagem poderosa:
“É comum que as pessoas calculem o risco e o custo de começar um empreendimento — o medo do que pode dar errado, do investimento, da responsabilidade. Mas poucos param para pensar no risco e no custo de não começar. E esse é um custo que, muitas vezes, só se revela com o tempo: o arrependimento, as oportunidades perdidas, o sentimento de não ter tentado. Empreender é arriscado, sim. Mas ficar parado também é. Se você tem um sonho, comece aos poucos, se prepare, busque conhecimento, converse com quem já está na jornada. Mas não deixe o medo decidir por você. O que você planta hoje pode ser o que vai transformar a sua vida amanhã.”
A mensagem principal de Douglas Madureira para os leitores de Itupeva sobre empreendedorismo e superação é clara: “Empreender é desafiador, mas também uma das experiências mais transformadoras que alguém pode viver. Com propósito, trabalho e convicção, é possível enfrentar os altos e baixos do caminho e crescer com cada etapa. Acredite no seu potencial, prepare-se, busque apoio e dê o passo. O risco de tentar existe, mas o de não tentar pode custar muito mais no futuro.”
A jornada de Douglas Madureira é apenas a primeira de muitas que a Folha de Itupeva terá o prazer de compartilhar. Na próxima semana, prepare-se para conhecer outra história inspiradora de superação e dedicação que impulsiona o empreendedorismo em nossa cidade.