Qual o significado do nome da cidade de Itupeva?
Descubra a origem e a história por trás do nome "Itupeva" e a trajetória de emancipação da cidade.
O nome “Itupeva” tem raízes no tupi-guarani, uma das principais línguas indígenas do Brasil. A palavra é composta por dois elementos:
“Itu”: que significa “pedra” ou “rocha”.
“Péva”: que pode ser traduzido como “raso”, “plano” ou “corredeira”.
Assim, “Itupeva” pode ser interpretado como “Cascata Pequena”, “Cachoeira Baixa” ou mesmo “Corredeira”.
Esse nome reflete as características geográficas da região, possivelmente referindo-se às pequenas quedas d’água ou corredeiras encontradas no Rio Jundiaí, que atravessa o município.
Portanto, a escolha do nome é um tributo à natureza local e à influência indígena na história da região.
Nascimento do município de Itupeva
Inicialmente, Itupeva era um bairro pertencente ao município de Jundiaí. Porém, em 1953, ocorreu um marco significativo, com o bairro sendo elevado à categoria de Distrito de Paz de Jundiaí. Esse avanço foi resultado dos esforços de lideranças locais e representou o início de uma nova era para a comunidade itupevense.
O vereador José Polli, representante de Itupeva na Câmara Municipal de Jundiaí, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Graças ao seu trabalho, em 1957, o distrito foi oficialmente instalado, e o Cartório de Registro Civil e Anexos começou a funcionar, com o objetivo de atender às necessidades da população local.
Entretanto, apesar desse avanço, a população de Itupeva sentia falta de atenção do poder público de Jundiaí. As reivindicações por melhorias e investimentos não eram atendidas de forma satisfatória. Isso porque a única benfeitoria significativa era uma pequena rede de esgoto na rua principal. Essa insatisfação motivou a comunidade a buscar a emancipação político-administrativa.
Por isso, no início dos anos 1960, lideranças locais como os irmãos José Poli e Luiz Poli, bem como Dorival Raymundo e Xisto Araripe Paraíso iniciaram um movimento de emancipação. Luiz Poli — que também era vereador em Jundiaí representando Itupeva — utilizou sua posição para dar voz às demandas da população.
A comissão de emancipação foi formada para preparar toda a documentação necessária. Constantes viagens à Assembleia Legislativa de São Paulo foram realizadas, e o deputado Salvador Julianelli foi um importante aliado, incluindo Itupeva na relação dos distritos que buscavam autonomia.
Do distrito ao município
Em 1963, sob a coordenação de Luiz Poli, foi organizado um plebiscito para consultar a população sobre a emancipação. A votação ocorreu em 3 de outubro de 1963, e o resultado foi uma vitória esmagadora: mais de 90% dos eleitores disseram “sim” à emancipação. Esse resultado expressivo demonstrou a vontade popular e a união da comunidade em torno do objetivo comum.
Com a aprovação no plebiscito, o governador do estado promulgou a Lei nº 8.050 em 31 de dezembro de 1963, oficializando a emancipação de Itupeva. Posteriormente, a Lei Estadual nº 8.092/64 estabeleceu as divisas do novo município com seus vizinhos.
A primeira eleição municipal foi realizada em 31 de outubro de 1964, e Luiz Poli foi eleito o primeiro prefeito de Itupeva. No entanto, a posse e a instalação oficial do município ocorreram apenas em 21 de março de 1965. O atraso se deu em função do golpe militar de 31 de março de 1964, que interrompeu atividades políticas em todo o país.
Portanto, a história de emancipação é um exemplo de mobilização popular em busca de autonomia e melhores condições de vida.
Atualmente, Itupeva é reconhecida não apenas por sua história de luta e emancipação, mas também por seu potencial turístico e econômico. E o significado do nome vai além de uma simples denominação geográfica. Ele representa a identidade cultural e histórica da cidade. A ligação com as origens indígenas e a valorização da natureza são aspectos presentes na vida cotidiana dos moradores até os dias de hoje.