Inverno exige mais atenção com a saúde dos idosos
Cuidados simples ajudam a manter a saúde e o bem-estar durante os meses mais frios.
Com a chegada do inverno, a baixa temperatura, o tempo mais seco e a maior circulação de vírus trazem um alerta, especialmente para os idosos. A estação mais fria do ano exige cuidados redobrados para garantir a saúde e o bem-estar da população com mais de 60 anos, que é mais vulnerável a doenças sazonais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as complicações de saúde aumentam 30% no inverno, que vai de junho a setembro no Brasil. Mesmo em um país de clima tropical, regiões como o Sul e as serras do Sudeste podem experimentar temperaturas negativas. Com atenção e carinho, é possível passar por essa época de forma segura e confortável.
Cuidado com as doenças do inverno
Nessa época, algumas condições de saúde se tornam mais comuns ou se agravam. As principais são:
Gripe e resfriado: Causadas por vírus, são as mais frequentes. Apresentam sintomas como tosse, coriza, dor de garganta, febre e mal-estar. Embora o resfriado seja mais leve, a gripe pode evoluir para quadros mais sérios em idosos.
Pneumonia: Uma infecção nos pulmões, muitas vezes bacteriana, que pode ser uma complicação da gripe. É grave e requer atenção médica imediata.
Bronquiolite e bronquite: Inflamações nas vias aéreas, que causam tosse persistente, chiado no peito e dificuldade para respirar.
Crises de doenças crônicas: Condições como asma, bronquite crônica, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e problemas cardíacos podem ser agravadas pelo frio.
Prevenção é o melhor remédio
A linha de frente na proteção contra as doenças de inverno é a prevenção. Siga essas dicas:
Vacinação em dia: A vacina da gripe (influenza) e a contra a pneumonia (pneumocócica) são aliadas poderosas. Elas não impedem totalmente a doença, mas reduzem drasticamente as chances de complicações graves.
Higiene rigorosa: Lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após tossir, espirrar ou usar transporte público. Use álcool em gel quando não for possível lavar as mãos.
Evite aglomerações: Locais fechados e com muitas pessoas facilitam a transmissão de vírus. Se precisar ir, tente manter distância e, se possível, use máscara.
Cuidado ao tocar o rosto: Evite levar as mãos aos olhos, nariz e boca. Essa é uma das principais portas de entrada para os vírus.
Cuidados específicos para os idosos
Ir além da prevenção geral é essencial. Pequenas mudanças no dia a dia fazem uma grande diferença para o bem-estar dos idosos:
Aqueça o corpo e vista-se adequadamente: Use roupas quentes e confortáveis, priorizando tecidos que mantenham o calor, como lã e flanela. Vista-se em camadas para poder ajustar a quantidade de roupa conforme a temperatura. Proteja as extremidades com toucas, luvas e meias, mesmo dentro de casa, e não esqueça de um bom agasalho ao sair.
Atenção ao banho: Tome banhos mais curtos e em horários mais quentes do dia, preferencialmente à tarde, para evitar choques térmicos. Use água morna, não muito quente, para não ressecar a pele. Após o banho, seque-se bem e use um bom hidratante para manter a barreira protetora da pele.
Alimentação nutritiva e hidratação: Uma dieta rica em frutas, legumes e verduras fortalece a imunidade. Sopas e caldos quentes são ótimas opções. E mesmo sem sentir sede, é fundamental beber bastante água, chás e sucos naturais para manter o corpo hidratado e as mucosas protegidas.
Ambiente doméstico acolhedor e seguro: Mantenha a casa aquecida, mas não abafada. Abra as janelas por alguns minutos todos os dias para ventilar e renovar o ar, mesmo que esteja frio, prevenindo a proliferação de ácaros e bactérias. Se o ar estiver muito seco, use um umidificador ou coloque uma bacia com água no quarto. Para a segurança, evite objetos e fios soltos no chão que possam causar quedas e mantenha o ambiente sempre bem iluminado, especialmente à noite.
Atividade física leve: Manter-se ativo é importante para a circulação e imunidade. Faça caminhadas leves em locais protegidos do vento e frio, ou exercícios dentro de casa, mas sob orientação médica.
O perigo da hipotermia e os riscos da automedicação
A hipotermia, que é a queda perigosa da temperatura corporal (abaixo de 35°C), é um risco real para idosos, pois eles têm maior dificuldade em regular a temperatura. Sintomas como fadiga, fraqueza, tremores, dificuldade na fala ou perda de consciência são emergências e exigem atendimento médico imediato.
Além disso, no inverno é comum as pessoas procurarem antigripais, xaropes e descongestionantes na farmácia, sem orientação médica. Contudo, a automedicação é um risco sério, especialmente para idosos, que frequentemente já fazem uso de outros medicamentos. Há grande risco de intoxicação e de interação medicamentosa, o que pode ser perigoso para a saúde. Sempre consulte um médico ou farmacêutico antes de usar qualquer remédio novo.
Apoio dos cuidadores e familiares de idosos
O papel de cuidadores e familiares é essencial para garantir o bem-estar dos idosos no inverno. Esteja atento aos sinais que indicam mudança na saúde ou no comportamento do idoso, como sonolência excessiva, falta de apetite ou irritabilidade. Ajude a organizar os medicamentos, verifique se a casa está segura e bem aquecida, e incentive a hidratação e a alimentação adequada.
Lembre-se também de que o autocuidado do cuidador e da família é vital: buscar apoio, descansar e manter a própria saúde em dia são atitudes que garantem a continuidade de um cuidado de qualidade. A parceria com profissionais de saúde é sempre o melhor caminho.
Cuidar dos idosos, com um olhar ainda mais intenso no inverno, é um gesto de amor que garante mais saúde, conforto e alegria. Com essas dicas, esperamos que todos possam aproveitar a estação fria da melhor forma possível, proporcionando aconchego e tranquilidade para os idosos e a toda a família.