De caminhoneiro ao Codarin, o Shopping da Construção em Itupeva
Como a visão e a perseverança da família Codarin impulsionaram o crescimento do setor de materiais de construção na cidade.
Você conhece a Codarin, mas já ouviu a história por trás de um dos empreendimentos mais sólidos de Itupeva?
Continuando a série sobre o empreendedorismo na cidade, conversamos com Luís Carlos Codarin, que hoje gerencia a área comercial e é parte fundamental da família que também deu vida ao negócio idealizado pelo patriarca, Francisco Codarin.
Prepare-se para viajar no tempo e conhecer os desafios e as conquistas de uma família que apostou em Itupeva. Pela quarta década, a Codarin é mais que um Shopping da Construção em Itupeva, é uma prova viva de empreendedorismo familiar.
A visão da estrada – o começo e os primeiros passos em Itupeva
A história da Codarin, hoje um Shopping da Construção, tem início há 44 anos, quando o empreendimento familiar se estabeleceu em Itupeva. Embora a família tenha raízes em Jundiaí, os filhos que vieram para tocar o negócio "se sentem filhos de Itupeva", como relata Luís Carlos.
A loja foi inaugurada em maio de 1981, mas as raízes do empreendedorismo familiar vêm desde muito antes. Francisco Codarin, o patriarca, era caminhoneiro e um verdadeiro desbravador. "Viajava o Brasil todo, às vezes ficava 45 dias viajando sem comunicação com a família", relembra Luís Carlos, destacando um tempo em que a comunicação remota era uma realidade distante. Entre outubro e fevereiro, Francisco complementava a renda vendendo uvas da região no Ceagesp.
Foi em uma dessas viagens a trabalho que Francisco conheceu Itupeva. Com uma visão empreendedora aguçada, ele enxergou o potencial da cidade e uma grande oportunidade de crescimento no segmento de material de construção. Decidido a investir, ele inaugurou a loja e confiou o empreendimento aos três filhos mais velhos – José Roberto, Magali e Maria Regina Codarin – em 1981. Mais tarde, os filhos caçulas, Luís Carlos e Rogério Codarin, também se juntaram na gestão.
No início, Francisco trazia madeira do Mato Grosso para a loja, que funcionava em um espaço bem menor. A empresa prosperou e se mudou para o local atual na Avenida Brasil.
Curiosamente, 1981 foi um ano de marcos para Itupeva: o antigo banco Banespa foi inaugurado e o sistema de telefones automáticos pela também antiga TELESP, com a implantação do DDD (código de área 011), chegou à cidade, gerando novos empregos e um grande fôlego para o crescimento local.
Luís Carlos, que tinha apenas 13 anos na época, recorda a inauguração da iluminação da Avenida Brasil, celebrada com um churrasco oferecido pela prefeitura. Ele também se lembra de um cenário urbano diferente: "Na cidade, nesta época, só encontrava um ou outro carro."
A persistência que constrói um grupo sólido e a visita emocionante de Dona Elvina
A jornada de Luís Carlos na Codarin é marcada pela persistência familiar. Aos 17 anos, ele abriu uma loja em Indaiatuba, que administrou por quatro anos. Depois, aventurou-se em Santa Carmem, perto de Sinop, no Mato Grosso, antes de retornar a Itupeva para administrar a área comercial da loja, onde está até hoje.
"Meu pai nunca pensou em desistir e nós também não, somos persistentes, cuidamos das lojas como se fossem nossos filhos", afirma, expressando a dedicação que permeia a família.
Essa persistência resultou em um crescimento sólido: hoje, o Grupo Codarin conta com duas lojas em Itupeva, uma em Indaiatuba e, há dois anos, uma unidade em Vinhedo. "Crescemos sadios e por isso conseguimos expandir", ressalta.
A força e a resiliência dessa família ficaram ainda mais evidentes com a chegada inesperada de Elvina Spiandorello Codarin, mãe de Luís Carlos, durante a entrevista. Ela visita a loja uma vez por semana e, muito entusiasmada, compartilhou memórias emocionantes do início da loja.
Dona Elvina lembra que, no começo em Itupeva, os três filhos mais velhos e dois colaboradores dormiam na própria loja, em cima de portas que iam vender, comendo e dormindo no mesmo local. "Toda a história tem sofrimento, mas também tem bastante conquista", afirma, e acrescenta com orgulho: "os filhos adquiriram responsabilidade muito cedo."
Com um sorriso, ela recorda um ditado popular: "Todo mundo vê a pinga que eu tomei, mas não o tombo que eu levei." Com esse ditado, ela remete à época em que lavava roupas de joelho no rio. "Eu colocava o filho pequeno nas costas e às vezes acontecia que quando eu inclinava para lavar a roupa a criança caia na água", revela. Hoje ela ri da situação, mas enfatiza que não foi uma vida fácil, reiterando: "toda a história tem sofrimento, mas também tem bastante conquista."
Um olhar para o futuro – confiança no Brasil e oportunidades em Itupeva
Para finalizar, Luís Carlos Codarin compartilha sua visão e uma mensagem de otimismo para os leitores da Folha de Itupeva. "No momento, o mercado está bem estável e desafiador, mas não podemos desanimar. Nós sempre trabalhamos certinho e com muita transparência. E o nosso foco é manter o que já construímos", afirma.
Sua mensagem para os leitores é de confiança: "A economia mundial está desafiadora, mas precisamos confiar no Brasil porque ele é muito promissor. Tem muitas oportunidades em Itupeva, é acreditar e agarrar que vai dar certo."
Ele relembra um momento de grande desafio mundial, a pandemia, que paradoxalmente trouxe uma fase de melhor movimento para o segmento de materiais de construção.
"Ficamos uma semana com as portas fechadas. Mantivemos a equipe, e começamos a fazer vendas pelo WhatsApp e realizávamos entregas, e muitos vinham retirar aqui na porta da loja. Para o nosso segmento acabou sendo uma fase de melhor movimento. As famílias ficavam em casa e tinham tempo de planejar melhorias para o lar, e precisavam dos nossos produtos."
A história da família Codarin e de seu Shopping da Construção é um testemunho de que a persistência, a visão empreendedora e o cuidado familiar são os pilares para construir um legado duradouro em Itupeva.
Gostou da história do Grupo Codarin? Na próxima semana, nossa série continua com mais uma trajetória inspiradora da nossa cidade. Não perca!