COP30 em Belém: o mundo olha para a Amazônia — e o Brasil assume o protagonismo climático
Fabio Filizzola, novo colunista de Sustentabilidade da Folha de Itupeva, analisa os caminhos e desafios colocados pela COP30 para o Brasil e para a Amazônia.

Por Fabio Filizzola*
A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, acontece neste momento em Belém (PA), reunindo líderes globais, cientistas, empresas e sociedade civil para decidir os rumos da ação climática nas próximas décadas.
Mais do que um encontro diplomático, a COP30 é um marco simbólico e estratégico: pela primeira vez, a Amazônia é o centro das decisões globais sobre o clima. Isso coloca o Brasil diante de uma oportunidade histórica — mostrar que é possível crescer com responsabilidade, integrando desenvolvimento econômico, biodiversidade e justiça social.
Os temas que dominam os debates envolvem redução de emissões de gases de efeito estufa, transição energética, preservação das florestas, adaptação às mudanças climáticas e financiamento para países em desenvolvimento. Também ganham força as discussões sobre justiça climática, reconhecendo que os impactos da crise afetam de forma desigual povos tradicionais, agricultores familiares e populações urbanas vulneráveis.

A escolha de Belém como sede reforça que a Amazônia é mais do que um bioma — é um território vivo, cultural e produtivo. O evento traz visibilidade a quem vive da floresta e com a floresta, e abre espaço para novas narrativas sobre economia circular, bioeconomia e negócios de impacto local.
Mas há desafios reais: transformar compromissos em ações, garantir a inclusão de comunidades locais nas decisões e fazer com que os investimentos internacionais cheguem onde geram resultado — na base da economia.
Para o Brasil, a COP30 é um chamado à liderança. É a chance de provar que sustentabilidade não é apenas discurso, mas um caminho concreto de inovação, produtividade e equilíbrio entre pessoas, planeta e prosperidade.
Belém é hoje o epicentro do debate climático global. E o que for decidido aqui pode redefinir não apenas a política ambiental, mas também o futuro dos negócios, do consumo e do desenvolvimento que queremos construir.
*Fabio Filizolla é consultor de negócios sustentáveis, pós-graduado em ESG e Sustentabilidade Corporativa pela FGV, e atua na área de empreendedorismo.
As opiniões expressas nos artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Itupeva.

