A força da Cúpula dos Povos e o papel da floresta na nova economia
Encontro em Belém reforça que o futuro da economia global depende da valorização dos povos da floresta e da construção de uma bioeconomia justa e regenerativa.
Por Fabio Filizzola*
A Cúpula dos Povos, em Belém, evidenciou que a pauta climática vai muito além das negociações diplomáticas. Trata-se de pessoas, territórios e do futuro das cidades.
Os povos indígenas e comunidades tradicionais reafirmaram que proteger a floresta é proteger a vida e a economia. São eles os verdadeiros guardiões da biodiversidade e da cobertura vegetal que sustentam o equilíbrio climático do planeta.
Paralelamente, cresce a cobrança por um financiamento climático efetivo, que supere as promessas de US$ 100 bilhões anuais e alcance os US$ 1,3 trilhão necessários para adaptação e mitigação. O Fundo Tropical Forests Forever (TFFF), proposto pelo Brasil, busca converter essa urgência em ação concreta, destinando recursos à preservação das florestas e ao fortalecimento de uma bioeconomia inclusiva e regenerativa.
Mais do que uma agenda ambiental, trata-se de um novo paradigma econômico, uma biossocioeconomia, na qual floresta, povos e cidades integram uma mesma rede de valor. O desafio é transformar compromissos em resultados, assegurando que os recursos cheguem aos territórios com governança, participação e impacto mensurável.
O Brasil tem a oportunidade de liderar esse movimento, não como promessa, mas como exemplo.
*Fabio Filizolla é consultor de negócios sustentáveis, pós-graduado em ESG e Sustentabilidade Corporativa pela FGV, e atua na área de empreendedorismo.
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